Por: Cidinha Duarte
As visões apocalípticas dos falsos profetas
alienam e cada vez mais se tornam comum no meio do povo. Em Teresina o povo que
vive em meio a uma eleição que tenta colocar na mente da população a figura mitológica
do político perfeito, aquele “salvador do Município” que está pronto para governar
e resolveu as mazelas do seu povo, que sobrevive precariamente em locais sem
saneamento básico e sem calçamento, sem um mínimo de condições de viver bem.
Em meio a um cenário de desespero social, surge
um ser medonho, com traços de psicose avançado e lança no meio de um povo que
já desistiu de esperar por dias melhores terrenos e anseiam por dias melhores extraterrenos,
uma profecia chula, que cai no meio das dores e angustias do povo, como analgésicos
e alucinógenos gerando uma expectativa em massa, que no minuto após a hora
marcada para o fim transformasse em revolta e violência.
A ira do povo era pela falta de dores maiores
que lhes sobreviesse com tamanho efeito do fim do mundo, por um instante o povo
almejou que suas dores e desespero fossem compartilhados com o resto do planeta
que parece alheio aos seus infortúnios.
Que lastima a tão esperada destruição de tudo
não aconteceu, ou foi adiada como alguns acreditam, que pena que aquela gente e
suas desilusões depois desta data não passarão de piada entre amigos, que essa
gente que chamou atenção do mundo para seu desespero por falta de tudo, não
comoveu e moveu a ação social para cuidar deles, não atraiu para si nem o olhar
curioso das autoridades políticas, que neste momento só se importam com as campanhas
eleitorais milionárias que gastam com panfletos e cavaletes, com paródias horrendas
que rodam as cidades dia e noite. Que pena, a Teresina solidaria não viu o
clamor oculto neste desejo de fim do mundo destas pessoas infelizes que até
hoje tinham pelo menos um líder que parecia se importar com elas e prometia tirar
elas dessa vida incompreendida.
Mas agora o que resta a elas? O que resta
para esta gente?Se o mundo não acabou e a sociedade não sentiu sua dor? O que
sobrou se lhes tiraram o ópio?Restou à dor, a realidade! e a vida, continua. Rico cada dia mais rico e
pobre esperando outro profeta do fim do mundo.
Por Cidinha
Duarte .
Por: Cidinha Duarte
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