Por: Cidinha Duarte
Na multidão há um
padrão, mesma forma de andar e pensar. Se pensar diferente logo se torna
desajustado; se não vesti as mesmas marcas e cores da estação ditada pela moda
são logo taxados de brega.
Não vejo mais gente,
vejo cabide de amostras de tecidos, roupas, sapatos e rostos, seres mutilados
na sua essência, meras reproduções do padrão de beleza e gestos. Frutos de
bisturi e botox.
Quem resiste e não
aceita entrar neste padrão é considerado produto de refugo, anormal e bizarro.
As pessoas tornaram-se outdoor de marcas famosas, degustadores de um prato
ácido que são obrigados pela mídia a engoli todos os dias.
O politicamente correto
dita o que se deve dizer e como dizer, esta sociedade gera seres hipócritas; a
sinceridade caiu em desuso; falar a verdade está fora dos padrões, mulato
brejeiro e o negro é chamado afrodecendente mesmo que não tenha nenhum
antepassado enterrado ou morando em África.
Padrões e nomenclaturas
dados por uma sociedade hipócrita que insiste em enlatar pessoas e pensamentos;
somos criados como produtos em larga escala, padrão único de comportamento e
pensamento.
Pessoas impedidas de pensar,
ociosas para raciocinar, presas em formatos e marcas famosas; pessoas que
preferem beber um refrigerante oriundo de um desinfetante que a formula ainda
hoje em mantida em secreto do que tomar uma boa cajuína feita da fruta natural,
eles bebem a de que não se sabe do que é feita só porque a mídia diz que este
refrigerante mata a cede e refresca.
Massa enganada,
manipulada que prefere engoli o que lhe dão a buscar o que gostam; são
marionetes por convicção e não reagem para não se fadigar.