sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ópio dos “pobres”

Por: Cidinha Duarte

As visões apocalípticas dos falsos profetas alienam e cada vez mais se tornam comum no meio do povo. Em Teresina o povo que vive em meio a uma eleição que tenta colocar na mente da população a figura mitológica do político perfeito, aquele “salvador do Município” que está pronto para governar e resolveu as mazelas do seu povo, que sobrevive precariamente em locais sem saneamento básico e sem calçamento, sem um mínimo de condições de viver bem.
Em meio a um cenário de desespero social, surge um ser medonho, com traços de psicose avançado e lança no meio de um povo que já desistiu de esperar por dias melhores terrenos e anseiam por dias melhores extraterrenos, uma profecia chula, que cai no meio das dores e angustias do povo, como analgésicos e alucinógenos gerando uma expectativa em massa, que no minuto após a hora marcada para o fim transformasse em revolta e violência.
A ira do povo era pela falta de dores maiores que lhes sobreviesse com tamanho efeito do fim do mundo, por um instante o povo almejou que suas dores e desespero fossem compartilhados com o resto do planeta que parece alheio aos seus infortúnios.
Que lastima a tão esperada destruição de tudo não aconteceu, ou foi adiada como alguns acreditam, que pena que aquela gente e suas desilusões depois desta data não passarão de piada entre amigos, que essa gente que chamou atenção do mundo para seu desespero por falta de tudo, não comoveu e moveu a ação social para cuidar deles, não atraiu para si nem o olhar curioso das autoridades políticas, que neste momento só se importam com as campanhas eleitorais milionárias que gastam com panfletos e cavaletes, com paródias horrendas que rodam as cidades dia e noite. Que pena, a Teresina solidaria não viu o clamor oculto neste desejo de fim do mundo destas pessoas infelizes que até hoje tinham pelo menos um líder que parecia se importar com elas e prometia tirar elas dessa vida incompreendida.
Mas agora o que resta a elas? O que resta para esta gente?Se o mundo não acabou e a sociedade não sentiu sua dor? O que sobrou se lhes tiraram o ópio?Restou à dor, a realidade! e a vida, continua. Rico cada dia mais rico e pobre esperando outro profeta do fim do mundo.

 Por Cidinha Duarte  .